20.000 toneladas de resíduos ilegais despejados em plena natureza: as autoridades acusam um empresário e a sua filha de despejar resíduos ilegais durante nove anos

O impacto económico desta operação presumivelmente ilegal em França atinge «lucros ilícitos de quatro milhões de euros» As autoridades judiciais francesas acusaram um empresário e a sua filha, apontados pela justiça desse país como supostos responsáveis por uma rede de descargas ilegais que teria depositado cerca de 20.000 toneladas de resíduos ilegais em várias regiões do oeste ao longo de nove anos. O montante estimado dos danos ascende a quatro milhões de euros, segundo destacou o procurador da República em Angers, Eric Bouillard, em declarações recolhidas pela Radio France.

O procurador precisou que a origem da poluição era um despejo ilegal feito por um camião de hidrocarregamento de uma empresa local. Durante a investigação desse incidente, as autoridades descobriram que por trás do despejo havia uma estrutura muito mais ampla. Agora, a procuradoria afirma que as empresas do grupo liderado pelo acusado ofereciam serviços de tratamento de resíduos «a preços muito competitivos» a clientes públicos e privados. De acordo com as investigações, a prática consistia em depositar os resíduos em locais diversos, que incluíam desde Basse-Normandie até Deux-Sèvres, em cursos de água e campos agrícolas.

Além disso, «as declarações recolhidas indicam instruções dadas aos funcionários para evacuar esses resíduos em canais ilegais, despejando-os em esgotos pluviais, descarregando-os em terras de agricultores ou liberando-os em circuitos de água das cidades ou diretamente no solo», explicou o procurador de Angers. Aos poucos, as investigações foram revelando esta trama e, em 2023, após várias buscas, permitiram apreender «documentos falsos destinados a dificultar a rastreabilidade da eliminação dos resíduos».

O impacto económico desta operação presumivelmente ilegal inclui «lucros ilícitos de quatro milhões de euros», segundo os cálculos dos responsáveis pela investigação, como resultado do não pagamento de taxas ecológicas e da evasão dos processos obrigatórios de tratamento de resíduos. Sobre os danos ambientais, a procuradoria alertou que ainda não foi possível determinar com exatidão, mas garantiu que o cálculo seria «muito superior a dois milhões de euros».

A investigação continua em aberto

O caso envolve ações que, de acordo com o processo, decorreram entre janeiro de 2016 e dezembro de 2025. A justiça mantém bloqueados mais de 2 milhões de euros do património pessoal dos principais arguidos. Entre as medidas adotadas, alguns funcionários e ex-funcionários também foram entrevistados «sobre o funcionamento atípico destas empresas», segundo informou o Ministério Público. Apesar de na terça-feira alguns colaboradores terem sido detidos e depois libertados sem acusação, a investigação continua aberta no que diz respeito ao funcionamento e às práticas internas do grupo empresarial.Pode interessar-lhe:Quem cresceu nos anos 60 e 70 desenvolveu nove forças mentais que hoje em dia são raras, segundo a psicologia

O empresário, de 61 anos, e sua filha, de 33, detentora de 30% das ações da matriz da empresa, sediada na região francesa de La Manche, enfrentam acusações por “abandono e gestão irregular de resíduos”, “falsificação e uso de documentos falsos”, “poluição”, “exploração irregular de uma instalação classificada”, «apropriação indevida de bens sociais» e «branqueamento de fraude fiscal».

Alice/ author of the article

Sou a Alice — tenho um blogue com dicas para o dia a dia: truques simples, economia de tempo e energia, inspiração para uma vida confortável e organizada.

O meu cantinho social