A descoberta do século | Arqueólogos descobrem uma antiga escadaria romana que leva à «Pompeia perdida»

Uma estrutura monumental e reconstruções digitais reescrevem a imagem urbana da cidade soterrada pelo Vesúvio. A recente intervenção arqueológica nos vestígios sob o Vesúvio revelou uma escadaria romana monumental que liga níveis hoje desaparecidos e levanta novas questões sobre a organização urbana de Pompeia. Equipas internacionais combinaram métodos tradicionais com tecnologias digitais para reconstruir o que as cinzas ocultaram durante quase dois milénios. A descoberta apareceu numa residência senhorial onde uma escadaria de pedra conduz a vestígios de andares superiores. O imóvel, identificado pelos investigadores como a Casa do Tiaso, oferece indícios sólidos de que no passado existiram acessos e volumes arquitetónicos que alteram a visão clássica da cidade como um conjunto de habitações baixas.

Tecnologia que recupera alturas perdidas

Os especialistas aplicaram LiDAR, fotogrametria e digitalização com drones para documentar buracos nas paredes e marcas estruturais que antes passavam despercebidas. Esses dados permitiram modelar em 3D as peças que faltavam e testar como as escadas e os andares superiores estavam dispostos. As descobertas permitem realizar reconstruções em 3D dos espaços de Pompeia. Universidade Humboldt de Berlim A arqueologia digital não substitui a escavação: ela a complementa, reduz o impacto sobre as ruínas e oferece réplicas virtuais que facilitam a verificação de hipóteses. Com um gémeo digital, as equipas podem testar soluções construtivas e expô-las à comunidade científica.

Uma torre na cidade: o que significa

A configuração detetada sugere a possível existência de uma torre ligada a usos de prestígio (banquetes, miradouros e espaços privados), algo mais comum em vilas rurais do que no tecido urbano até agora conhecido. Se a interpretação for confirmada, será necessário revisar as suposições sobre as hierarquias espaciais em Pompeia: os setores abastados teriam usado recursos arquitetónicos para projetar status a partir da altura, não apenas a partir de pátios e fachadas.

Implicações para a história urbana

A documentação digital e as reconstruções oferecem uma nova janela sobre a vida cotidiana: desde banhos termais privados até rotas de serviço que conectavam andares inferiores e superiores. Essas características permitem interpretar práticas sociais que as estruturas arquitetónicas já não mostram. O projeto continua a estender a sua metodologia a outros setores do sítio arqueológico para determinar se a Casa del Tiaso foi um caso isolado ou parte de um fenómeno mais amplo. Enquanto isso, as imagens 3D permitem percorrer virtualmente cenas de banquetes, vistas do golfo e o contraste entre luxo e trabalho cotidiano.

Alice/ author of the article

Sou a Alice — tenho um blogue com dicas para o dia a dia: truques simples, economia de tempo e energia, inspiração para uma vida confortável e organizada.

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