Embora os motivos do enterro sejam desconhecidos, tudo aponta para uma estratégia de planeamento e comércio dos aborígenes da região. Surpresa na comunidade de historiadores e arqueólogos após a descoberta de um mistério enterrado há 170 anos. Uma equipa de investigação australiana encontrou um punhado de pedras a sobressair do solo num campo no estado de Queensland, no norte do país, e descobriu um conjunto de ferramentas de pedra. Os profissionais, em declarações recolhidas pelo jornal 9 News, afirmam que são provas de planeamento e comércio daqueles que as esconderam.
Após uma investigação exaustiva, os profissionais descobriram 60 grandes “tulas” aborígenes de pedra, ferramentas especiais de pedra lascada que eram inseridas num cabo e usadas para carpintaria. “Eram ferramentas importantes, usadas na maior parte do continente para fabricar objetos como bumerangues, pratos de madeira, escudos…”, diz a publicação.
Em conversa com o meio de comunicação, a Dra. Yinika Perston, que fez parte da equipa de investigação, confirma que o processo de recuperação foi «árduo». «Mesmo enquanto escavávamos, os incêndios florestais devastavam o norte, impedindo alguns membros da equipa de se juntarem a nós», conta a especialista.
«Assim que encontramos o esconderijo, sabíamos que estávamos numa corrida contra o tempo para recuperar as ferramentas antes que fossem levadas pela próxima inundação», acrescenta. Durante o estudo das peças, os investigadores contaram com a ajuda dos membros da Pitta Pitta, pessoas que ostentam o título nativo da zona onde a coleção foi encontrada.
Assim, a datação revelou uma probabilidade de 95% de que as tulas tenham sido enterradas em algum momento entre 1793 e 1913.
“Acreditamos que os antepassados Pitta Pitta provavelmente planejavam trocar as ferramentas desses esconderijos quando chegasse a hora, mas, por alguma razão, nunca as recuperaram”, afirma a Dra. Perston. «Uma possível razão para isso pode ser a interrupção causada pela chegada dos europeus, mas o que podemos dizer é que este esconderijo revela como o planeamento, a gestão de recursos e a cooperação coletiva permitiram aos aborígenes não só sobreviver, mas prosperar neste ambiente tão hostil».
