Trata-se da conjunção dos dois objetos celestes mais visíveis no céu. Neste domingo, logo após o pôr do sol, ocorrerá no céu um fenómeno que vale a pena ver: a Lua viajará acompanhada por Júpiter. Os astrónomos chamam a isso de conjunção, embora, na verdade, seja muito mais simples: do nosso ponto de vista, os dois corpos celestes parecerão muito próximos um do outro, como duas figuras movendo-se juntas pelo céu. E o mais agradável é que não é necessário um telescópio, conhecimentos astronómicos ou um céu particularmente escuro: basta observar quando a Lua começar a aparecer no horizonte.
Esta é a primeira imagem do misterioso submarino chinês com casco triplo
Júpiter será fácil de reconhecer, mesmo da cidade. Ele brilha mais do que quase todas as estrelas e, ao contrário delas, a sua luz não cintila. Ele estará «a um passo» da Lua e, juntos, formarão uma imagem muito nítida: a luz do satélite, que nestes dias mostra bem o seu relevo, e o ponto imóvel do maior planeta do Sistema Solar. Quem tiver binóculos poderá distinguir as crateras lunares e, se a noite estiver favorável, alguns satélites de Júpiter, que parecem pequenos pontos alinhados à sua volta. Por que algo tão simples desperta tanto interesse? Por várias razões. Em primeiro lugar, porque é uma oportunidade acessível de voltar a entrar em contacto com o céu sem a necessidade de utilizar equipamento especial. E também porque isso cria um contraste entre as escalas: a Lua, tão próxima que a sua luz chega até nós em apenas um segundo, e Júpiter, um gigante gasoso distante, cuja presença, no entanto, pode ser apreciada a olho nu. Na verdade, a «face» de Júpiter é 40 vezes maior que a Lua, o que torna esse contraste ainda mais evidente.

Mas este fenómeno tem outro interesse: permite-nos observar como o céu se move durante a noite. Se olharmos com atenção, a distância visível entre a Lua e Júpiter muda, o fundo das estrelas desloca-se, as constelações reorganizam-se à nossa volta. Esta dinâmica surpreende sempre quando deixamos de olhar para o céu como algo estático. É como observar a coreografia do céu em câmera rápida. Além da beleza, essa combinação também nos convida a compreender as dimensões do Sistema Solar. A Lua está a uma distância de cerca de 384 000 quilómetros, e Júpiter, a centenas de milhões de quilómetros. No entanto, daqui parecem quase vizinhos. Esta ilusão ótica é um dos truques mais elegantes da astronomia: permite-nos sentir intuitivamente a distância pela aparência, embora saibamos que a proximidade é pura perspetiva.
Este «encontro» entre a lua quase cheia e Júpiter não acontece todos os meses: embora a conjunção entre eles se repita aproximadamente uma vez por mês, apenas uma vez por ano ou a cada dois anos eles coincidem em fase quase cheia e a uma distância angular suficientemente pequena para criar este efeito visual. Neste dia, 7 de dezembro, a recomendação é simples: sair à rua alguns minutos após o pôr do sol, encontrar a Lua e deixar os olhos se acostumarem. E, claro, não espere que essa conjunção seja um prenúncio de comportamentos estranhos, fenômenos naturais extremos ou nos incline a qualquer comportamento que possa ter alguma relação com as constelações. Em suma: não confunda astronomia com astrologia, é como tentar ler as linhas da palma da mão com um telescópio.
